Lidar com dores emocionais nem sempre é fácil. Infelizmente, a consequência dessa dificuldade pode ser a automutilação.
Não há dados consistentes no Brasil, mas alguns estudos indicam que esse comportamento autodestrutivo acomete com mais frequência o público feminino e a faixa etária é entre a pré-adolescência até o jovem adulto.
Os motivos são inúmeros e os perigos também. Mas há como mudar esse cenário e fazer com que a dor desapareça através de medidas saudáveis.
Automutilação: o que é?
Esse termo significa provocar qualquer tipo de ferimento no corpo, mas por livre espontânea vontade. É uma forma desesperada de aliviar algum incômodo psíquico, no seu nível mais intenso.
Também é conhecido por autolesão e alguns chamam de “cutting”, que vem do inglês e significa “corte”. Aliás, essa é a maneira mais comum de quem se automutila.
Mas engana-se que há orgulho em quem pratica esse ato. Normalmente, após ferir o braço, entre outros membros, surge o sentimento de vergonha e, naturalmente, a pessoa tende a esconder a lesão.
Motivos e Sinais
A grande questão é o porquê disso acontecer? Não há apenas uma causa, mas dentre tantas, pode se destacar:
- Distúrbios emocionais;
- Bullying;
- Abusos sexuais e emocionais;
- Perdas significativas;
- Baixa autoestima;
- Entre outros.
Em alguns casos, a prática também se deve pela influência de jogos autodestrutivos, como o conhecido “baleia azul”. Neles, a coragem significa praticar automutilação. Muitas vezes, o desafio é aceito pelo adolescente apenas para não se sentirem excluídos do grupo e se adequarem a ele.
Para identificar se isso está ocorrendo em casa, é preciso prestar atenção em detalhes do dia a dia, como: isolamento, banhos demorados, roupas de frio mesmo em tempos de calor (que podem esconder os cortes).
Além disso, há sintomas que servem de alerta:
- Cicatrizes e hematomas;
- Objetos afiados na mão;
- Instabilidade comportamental e emocional;
- Questionamentos sobre a sua identidade;
- Declarações negativas.
Quais são os riscos e como ajudar?
O perigo maior da automutilação é virar uma compulsão e aumentar as chances de infecções graves, marcas permanentes e, até mesmo, a consequência mais fatal: o suicídio.
Para que o pior não aconteça, é importante buscar ajuda e, claro, ajudar. Essa dica é válida tanto para a família, quanto para educadores e amigos mais próximos. Uma conversa, sem julgamentos, faz a diferença.
Na escola, por exemplo, não há mal algum em promover dinâmicas e rodas de bate-papo com profissionais qualificados para explicar o tema e não o transformar em tabu. Em casa, também é importante seguir essa linha e manter o diálogo em dia, mesmo com a rotina corrida.
Algo está fora do eixo? Não deixe de consultar um psicólogo que auxilie no diagnóstico e identifique o melhor tratamento. A propósito, pode levar um tempo, mas é totalmente viável a melhora. Inclusive, psicólogos colaboram através de consultas que permitem o paciente a falar de seus sentimentos.
Automutilação não é e nunca será uma forma de chamar a atenção. É um jeito doloroso de pedir socorro. É importante que o assunto seja tratado com acolhimento e amor!
Estou à disposição caso precise de aconselhamento psicológico. Entre em contato!
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