A dissociação é uma condição em que a pessoa experimenta uma separação temporária de seus pensamentos, ações, ambientes e até memórias. A grosso modo, ela pode ser resumida com uma pessoa sonhando acordada.
A condição é a maneira que a mente lida com muito estresse ou eventos traumáticos. Geralmente, a dissociação pode levar algumas horas, dias ou semanas, com os sintomas desaparecendo por conta própria.
Porém, se a dissociação persiste por muito tempo, principalmente quando o indivíduo é mais jovem, é possível que ela evolua para um transtorno dissociativo.
Os sintomas da dissociação
A dissociação se manifesta quando a pessoa pensa que o mundo físico não é real – ou ela mesma não é real. Ela pode ter a sensação de uma experiência fora do corpo, ter um senso de tempo alterado ou ouvir vozes em sua cabeça.
Entre os sintomas também estão uma percepção do tempo alterada, ficar imóvel por muito tempo ou não lembrar como chegou a algum lugar. Há casos em que a pessoa assume uma nova identidade por um curto período de tempo, vê objetos mudando de forma ou o mundo ao redor parece coberto por um “nevoeiro”.
Normalmente, esses sintomas surgem a partir de gatilhos, como uma lembrança, visão, som, sabor, cheiro ou toque. A condição também pode gerar flashbacks – quando o indivíduo revive repentinamente e de forma involuntária um evento traumático do passado, como se ele estivesse acontecendo agora.
Estima-se que até 75% das pessoas experimentem pelo menos um episódio dissociativo durante a vida. Por outro lado, apenas 2% dessa população atende aos critérios diagnósticos para um transtorno dissociativo.
As causas da dissociação
Embora a causa da dissociação ainda não seja totalmente compreendida, a maioria dos profissionais de saúde mental acredita que ela seja uma resposta natural do corpo ao estresse excessivo. Em vez da inércia de lutar ou fugir diante de um “perigo”, a mente prefere se desconectar da realidade.
O risco dessa condição é que o cérebro pode se acostumar com o alívio temporário e começar a desencadear essa resposta de dissociação excessivamente. Isso faz a pessoa deixar de funcionar efetivamente – o que pode impactar a vida pessoal e profissional.
Além disso, a falta de continuidade entre pensamentos, sentimentos, memórias, tempo e ambiente pode afetar negativamente seu senso de identidade. Isso pode resultar em profundos sentimentos de solidão, confusão e desamparo, o que, mais tarde, pode evoluir para quadros de ansiedade e depressão.
Como tratar a dissociação
Assim como vários outros transtornos, a psicoterapia é um tratamento eficaz, principalmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC). As consultas com um psicólogo ajudam a pessoa a entender a causa de sua condição e desenvolver novas estratégias de enfrentamento para situações estressantes.
A psicoterapia também é útil para lidar com o trauma que está causando os episódios dissociativos, garantindo que eles não voltem a ocorrer no futuro.
Infelizmente, ainda não existem medicamentos específicos para o tratamento de dissociação ou distúrbios dissociativos. Por isso, a busca por um psicólogo é a melhor forma de lidar com o problema.
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