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Confiança corporal: dicas para melhorar a relação com o próprio corpo

Cotidiano
Confiança corporal: dicas para melhorar a relação com o próprio corpo

A maneira como enxergamos nosso corpo desempenha um importante papel na nossa autoestima e na maneira como nos relacionamos com o mundo. Em uma época em que somos bombardeados por padrões estéticos irreais nas redes sociais, muitas pessoas se sentem insatisfeitas com a própria imagem, desenvolvendo comportamentos autocríticos e até mesmo prejudiciais à saúde mental.

Essa insatisfação pode se manifestar de maneiras sutis, como comentários negativos ao se olhar no espelho, ou de formas mais impactantes, como a adoção de dietas radicais ou o isolamento social por medo de críticas sobre a aparência. 

A confiança corporal, no entanto, vai além de exibir um corpo dentro dos padrões. Isso porque ela se trata de aceitar a própria constituição, reconhecer a beleza que existe na diversidade e cuidar do corpo de maneira saudável, respeitando nossos limites físicos e emocionais. É um processo que envolve ajustar nosso diálogo interno e desenvolver hábitos que proporcionem bem-estar, sem cair em comparações ou autossabotagens constantes.

A boa notícia é que existem estratégias eficazes para cultivar uma relação positiva com a própria imagem, ancoradas em práticas da psicologia cognitivo-comportamental (TCC), ajudando a promover uma visão mais amorosa e equilibrada do corpo. 

O poder do diálogo interno

O primeiro passo para melhorar a relação com o próprio corpo é observar como você conversa consigo mesmo no dia a dia. Muitas pessoas, ao se depararem com suas inseguranças, utilizam termos duros e depreciativos, alimentando uma narrativa interna negativa que só reforça a baixa autoestima. 

Esse padrão de autocrítica é tão arraigado que pode passar despercebido, mas ele exerce grande influência nas emoções e comportamentos. A TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) propõe a identificação de pensamentos automáticos e a reestruturação desses conteúdos mentais, substituindo as crenças distorcidas por interpretações mais equilibradas e realistas.

Por exemplo, se você pensa “Meu corpo não é atraente, ninguém jamais vai me achar bonito(a)”, pergunte-se: 

  • “De onde vem essa crença?”
  • “Há evidências sólidas que provem essa afirmação?”
  • “Será que estou comparando meu corpo com padrões irreais de beleza?”

Ao analisar tais questões de forma racional, você pode notar que essas conclusões são pautadas em exageros e generalizações. A partir dessa percepção, é possível formular pensamentos alternativos mais justos, como:

  • “É verdade que meu corpo não segue o padrão de revista, mas isso não me torna menos digno(a) de amor e admiração”
  • “Não preciso estar dentro de um padrão de beleza para ser saudável e feliz”

Essa mudança na narrativa interna permite que você cuide melhor de si, com mais compaixão e respeito às próprias características corporais.

Outra estratégia eficaz é a prática de afirmações positivas, que consiste em repetir conscientemente declarações que reforcem a autoestima e a autoconfiança, como 

  • “Eu cuido do meu corpo com carinho”
  • “Sou grato(a) pela força e saúde que possuo”
  • “Mereço sentir-me bem na minha própria pele”

Embora, no início, essas afirmações possam soar artificiais, com o tempo elas podem se tornar parte do seu repertório mental, substituindo vozes críticas e pessimistas. 

Além disso, é fundamental trocar referências pouco saudáveis por inspirações que valorizem a pluralidade corporal. Siga pessoas e comunidades que celebrem corpos reais e suas diversas formas de beleza. Assim, você cria um ambiente digital que reforça uma relação mais gentil e construtiva com sua própria imagem.

Hábitos diários para fortalecer a confiança corporal

Além de ajustar o diálogo interno, a construção de hábitos diários saudáveis exerce um papel essencial no fortalecimento da confiança corporal. Trata-se de adotar práticas que respeitem a individualidade física e emocional, promovendo um estilo de vida equilibrado, sem obsessões ou cobranças irreais. Uma das formas mais eficazes de se aproximar da aceitação corporal é encarar o exercício físico como uma celebração das capacidades do corpo, e não como um instrumento de punição ou mera ferramenta estética. 

Mudar essa perspectiva requer escolher atividades que gerem prazer e bem-estar, como dançar, caminhar ao ar livre, praticar ioga ou qualquer esporte que desperte motivação genuína. Quando transformamos o ato de mexer o corpo em algo divertido e recompensador, a sensação de satisfação reforça a percepção de que nosso corpo é um aliado, capaz de nos proporcionar momentos de alegria e superação de limites.

Outra estratégia importante é cuidar da alimentação de forma consciente, sem recorrer a dietas restritivas que possam desencadear episódios de compulsão ou sentimentos de culpa. A ideia é fazer as pazes com a comida, desenvolvendo uma relação equilibrada e sem culpas. Isso se aproxima dos conceitos de mindful eating, onde aprendemos a saborear cada refeição e a respeitar os sinais de fome e saciedade do organismo. 

Tal abordagem ajuda a desfazer associações negativas como “comer é um pecado” ou “preciso compensar cada caloria ingerida”, que são extremamente comuns e prejudiciais para a confiança corporal. Ao perceber que o corpo trabalha a nosso favor, processando os nutrientes de que necessitamos, deixamos de travar uma batalha interna e aprendemos a honrar as necessidades físicas reais, sem nos torturarmos por anseios estéticos inatingíveis.

Cultivar momentos de autocuidado, mesmo que breves, também impulsiona a confiança corporal. Reservar alguns minutos do dia para cuidar da pele, fazer alongamentos, ler um livro ou simplesmente desacelerar com uma prática de mindfulness, reforça a mensagem de que seu corpo e sua mente merecem atenção e afeto. 

Esse tipo de ritual, por menor que seja, ativa áreas do cérebro relacionadas à recompensa, reduz o estresse e pode melhorar a maneira como você se enxerga. Pequenos gestos, como passar um creme na pele com consciência e gratidão ou escolher uma roupa que te faça sentir bem, acabam impactando a forma como você interage socialmente e reage a situações de exposição, como falar em público ou participar de eventos sociais.

Além disso, é preciso ficar atento(a) às comparações constantes. Nas redes sociais, acabamos nos comparando a recortes perfeitos da vida alheia. Modelos digitais, influenciadores e até pessoas próximas exibem fotos que nem sempre representam a realidade, pois há filtros e edições que suavizam qualquer “imperfeição”. Estabelecer um limite saudável no tempo e na forma como consumimos esse conteúdo é fundamental para preservar a autoestima. 

Assim, aprender a desconfiar das imagens idealizadas nos ajuda a reconhecer que nosso valor não está atrelado a um padrão inflexível de beleza, mas sim à nossa história, personalidade, interesses e forma singular de existir no mundo. Ao mesmo tempo, quanto mais nutrimos relacionamentos positivos e nos cercamos de pessoas que nos valorizam pelo que somos, maior é a probabilidade de construirmos uma autoimagem sólida, ancorada em referências reais.

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