Para muitos pais é uma luta pessoal chegar a um acordo com os seus próprios sentimentos de perda e mudança quando seus filhos saem de casa. A síndrome do ninho vazio cria ansiedade até mesmo naqueles pais mais independentes emocionalmente.
Assim como o parto, que cria uma grande mudança na vida do casal, a saída de um filho para casar, ir para a faculdade ou simplesmente morar sozinho também é um marco importante na experiência de ser mãe ou pai.
É uma perda que todos os pais enfrentam, mas nem sempre ela deve ser sinônimo de tristeza. Ela também pode ser um novo começo. Duvida? Então, continue a leitura e saiba mais!
A vida com o ninho vazio
Muitos pais não conseguem enxergar além do buraco criado pela ausência de um filho. Conseguir controlar as emoções nessa fase de transição determinará se esse novo período será caracterizado pela excitação de dever cumprido ou preenchida por uma sensação predominante de perda.
De forma geral, a paternidade e a maternidade definem a identidade das pessoas, pois é uma condição que guia quem elas são e o que fazem. Portanto, quando o último filho sai de casa, não é apenas o sentimento de perda que está em jogo, mas também a identidade de pai e de mãe que foram profundamente impactadas.
Porém, essa síndrome não é a única perda que afeta a identidade de alguém. Uma doença, o divórcio ou o ato de se aposentar também criam lesões psicológicas, pois cada uma delas envolve a perda de um papel na vida de uma pessoa.
🧠 Psicologicamente falando: não podemos apenas nos acostumar com essas perdas. Em vez disso, é essencial identificar possíveis novos papéis a serem explorados.
As melhores estratégias para superar a síndrome do ninho vazio
Quando boa parte da vida é definida por ser mãe ou pai — pelo menos parcialmente — é difícil se adaptar à vida sem filhos em casa. Embora não seja considerado oficialmente um transtorno clínico, o problema é real e traz tristeza para as pessoas.
Alguns casais experimentam níveis mais altos de conflito quando um ou ambos os parceiros têm essa síndrome, o que pode agravar sentimentos de solidão e angústia.
Para superar essa fase, confira algumas dicas que podem ajudar a lidar com essa perda.
1. Crie novos papéis
Ao longo de vida, você já deve ter acumulado vários papéis diferentes. Filho, primo, amigo, estudante, funcionário, talvez tio. Ser mãe ou pai é apenas mais um deles. Ainda assim, por mais que eles não estejam sob seus cuidados, você continuará a ser uma mãe ou pai. Além disso, é provável que novos papéis surjam, como o de avó e avô, por exemplo.
Se o sentimento de crise de identidade é forte, experimente novos papéis para si, como ser um voluntário, ser um vizinho generoso ou se tornar membro de alguma comunidade.
Sem ter os filhos para criar, você terá mais tempo para fazer atividades que tragam mais significado e propósito para sua vida.
2. Aproxime-se do seu par
Lembra dos seus primeiros anos de namoro ou de casamento? Tem saudades das coisas que faziam juntos quando não existiam filhos e era apenas vocês dois? Por que não revisitar esse período agora?
Experimente tirar um tempo para viajar sem se preocupar com as crianças. Planeje jantares românticos, saia com os amigos ou faça quaisquer outras atividades que você deixou de lado quando os filhos nasceram.
Pode levar algum tempo, mas essas novas ocupações podem fazer você se reconectar com seu par e vocês poderão desfrutar essa nova fase juntos.
3. Defina novos desafios
Agora que seu filho saiu de casa, o seu desafio de ser mãe ou pai foi concluído. Que tal encontrar novos desafios? Se você sonhava em participar de uma maratona, renovar a decoração da casa ou começar um novo hobby, este é o melhor momento.
Os novos desafios são importantes para manter a mente ocupada, mas evite fazer grandes mudanças na sua vida. Você está em um período emotivo, o que pode afetar o seu julgamento.
Por isso, não tome grandes decisões nos 6 primeiros meses de ninho vazio, como vender a casa, se mudar para longe ou pedir demissão de um emprego. Muito provavelmente, você se arrependerá desses tipos de decisões no futuro.
A síndrome do bebê fantasma e a síndrome do ninho vazio são a mesma coisa?
Não são. Enquanto a síndrome do ninho vazio afeta, de forma geral, o comportamento de pais e mães, a síndrome do bebê fantasma atinge apenas as mães.
É um caso semelhante à síndrome do membro fantasma, que ocorre quando pessoas que já perderam uma parte do corpo continuam sentido ela como se ainda fizesse parte da sua estrutura física. Isso acontece porque o cérebro identifica estímulos dos nervos espalhados pelo corpo e interpreta como se o membro amputado ainda existisse.
A diferença é que, na síndrome do bebê fantasma, é a mãe, que mesmo depois do parto, sente como se o bebê ainda estivesse em seu ventre.
Para saber mais sobre o assunto, confira o estudo que mostra que 40% das mulheres sentem chutes na barriga, mesmo depois de muitos anos que o parto aconteceu.
Em qual das síndromes você se enquadra? O ideal é consultar um psicólogo.
As dicas anteriores podem ajudar você a ajustar o seu foco durante a sensação de vazio após a saída de um filho, mas não farão sua tristeza passar de uma hora para outra. É comum ter esses sentimentos, mas apenas reprimi-los não vai consertar as coisas.
Não há problema algum em ficar triste, mas você não pode ficar preso para sempre nessa tristeza. Aceitar esta nova fase pode ser difícil, porém também é importante entender esse novo momento, para que você encontre propósito em novos papéis na sua vida.
No entanto, se a síndrome parecer piorar, em vez de melhorar, ou não for resolvida dentro de alguns meses, converse com um psicólogo clínico. Seus sentimentos de solidão ou vazio podem aumentar com o tempo, alcançando um quadro depressivo, exigindo um tratamento mais longo e complexo.
Quer superar a síndrome do ninho vazio? Marque agora sua consulta com um psicólogo.
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