Em resumo, o hábito de agradar as pessoas envolve colocar as necessidades dos outros à frente das suas, apenas como uma forma de obter a aprovação alheia.
Esse traço de personalidade é chamado de “sociotropia” e pode ser reflexo de um problema de saúde mental, como ansiedade, depressão e até codependência. Muitas vezes, a pessoa ajuda os outros por simples insegurança ou falta de autoestima.
Os sinais disso são muitos. Desde a dificuldade em dizer “não” para os outros, passando pela preocupação com o que as pessoas pensam, assim como o medo de rejeição.
Por mais que a atitude possa ser vista como um ato de empatia, altruísmo ou atenção para com o outro, os efeitos de querer agradar as pessoas em excesso podem gerar no médio e longo prazo sentimentos como raiva, frustração, estresse, entre outros.
Cuidado de si em primeiro lugar
Você já reparou que na instrução de segurança de voo os comissários orientam que, no caso de descompressão no avião, a recomendação é que a pessoa vista primeiro a máscara de oxigênio antes de querer ajudar outra pessoa a colocá-la?
A analogia também pode ser usada na sociotropia. Não há problema em querer ajudar, ser gentil ou agradar as outras pessoas, desde que você esteja cuidando de si mesmo em primeiro lugar.
Por outro lado, se você está com medo de dizer “não” só porque tem medo de ser rejeitado, há uma grande chance de que, na verdade, você esteja precisando de ajuda.
A validação constante obtida por agradar as pessoas até pode fazer com que alguém se sinta necessário e útil, mas este hábito cobra um alto preço, que é a sua autenticidade.
Aqueles que gostam de agradar as pessoas acabam escondendo as suas próprias necessidades e preferências em prol dos outros. Isso pode fazer com que você sinta que não está vivendo sua vida com autenticidade, tendo aquela sensação de que não conhece a si mesmo.
Estabelecendo limites
A primeira coisa que você precisa fazer é estabelecer os seus limites. É importante que isso esteja muito claro na sua cabeça.
Se parecer que alguém está pedindo coisas demais para você, simplesmente diga a essa pessoa que está além da sua capacidade e que não poderá ajudar desta vez. Essa posição tem que ser mantida mesmo que a outra pessoa tente te convencer do contrário. Na verdade, os melhores amigos, familiares e parceiros que você deveria ter por perto são aqueles que respeitam o seu “não”, sem contra-argumentar ou levar para o lado pessoal.
Pode ser difícil no início fazer uma mudança repentina, portanto, comece com pequenos “nãos”. Além disso, vai levar um tempo para que os outros a seu redor se acostumem com as suas novas prioridades.
Porém, cada vez que você se afasta do desejo de aprovação, você ganha mais confiança, o que o ajudará a retomar o controle sobre a sua vida e do seu tempo.
Muito em breve, você estará ajudando os outros somente quando você tiver condições para tal, e ainda colhendo benefícios dessa boa ação, como se sentir bem ao retribuir um favor ou para ganhar um favor.
As maiores mudanças começam quando olhamos para nós mesmos com interesse e respeito, em vez de julgamento e negação. Pense nisso!
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