A alienação parental é algo comum em separações de casais, em que os filhos recebem uma espécie de “lavagem cerebral” para que elas passem a se voltar contra um dos pais. Geralmente, aquele que fica com a guarda das crianças tende a motivar os filhos a tratar o ex-parceiro com desprezo (ou vice-versa).
Os pais alienadores encorajam e apoiam o desrespeito dos filhos para com o outro progenitor, chegando a recompensar os filhos por evitarem o contacto com o outro pai.
A alienação de uma criança de um dos pais, se não for corrigida, pode durar a vida toda. Para o pai ou mãe rejeitados, a dor pode ser insuportável. Porém, essa manipulação também gera efeitos perigosos nas crianças.
Como ocorre a alienação parental
Durante o processo de alienação, um dos pais (ou mesmo os dois) passa a falar mal do ex-parceiro, distorcendo a realidade e fazendo com que os filhos acreditem que o ex é perigoso, incompetente ou mentalmente doente.
Além disso, existe uma manipulação para que os filhos se sintam culpados quando querem passar um tempo com o pai alienado, chegando a interrogar as crianças sobre potenciais “evidências” de irresponsabilidade durante a visita.
Em casos mais extremos, ordens judiciais são desobedecidas, como a obstrução de visitas agendadas ou mesmo o sequestro de crianças.
Os efeitos nas crianças
Esse processo de alinhar as crianças contra um dos pais pode ser considerado uma forma de abuso infantil, principalmente naquelas que são mais vulneráveis. Por mais que alguns filhos não acreditem nessa “propaganda negativa” contra um dos pais delas, a alienação parental pode gerar resultados psicológicos indesejados nos filhos.
Entre os resultados, estão a ansiedade, depressão e baixa autoestima. Além disso, a criança pode desenvolver relações disfuncionais e ter habilidades de pensamento crítico prejudicadas, algo que pode afetar o seu desempenho escolar.
As crianças alienadas também passam a desafiar as regras, se comportam com desprezo e podem ser verbalmente abusivos.
Futuramente, na vida adulta, a pessoa pode ter problemas de confiança, enfrentar dificuldades para formar relacionamentos saudáveis e pode, ainda, ser mais suscetível a ter depressão e abusar de substâncias.
Como proteger os filhos da alienação parental
Se você é o pai rejeitado, a primeira coisa a fazer é procurar ajuda profissional. Enquanto alguns pais alienados respondem ao desprezo dos filhos com raiva, outros recuam com vergonha. Por isso, é importante procurar a ajuda de um psicólogo para lidar não apenas com o divórcio, mas também com a alienação parental.
Além disso, em vez de tentar se defender, experimente ensinar aos filhos as habilidades do pensamento crítico, fazendo com que eles aprendam a pensar por si só e perceber que as pessoas podem ter visões distorcidas da realidade. Por exemplo, pergunte a opinião deles sobre um determinado filme, sem dizer que o que eles pensam está certo ou errado. Apenas estimule que eles criem suas próprias opiniões.
Crianças alienadas podem ser desafiadoras e abusivas. Nesse momento, é importante não entrar em um confronto, entendendo com empatia o abuso emocional que elas estão sofrendo. Não tolere o abuso, mas deixe claro para seu filho saber que você tem compaixão pela situação dele. Você pode simplesmente dizer “deve ser muito difícil saber em quem acreditar, por isso, sinto muito por você estar nessa posição.”
Agora, se você é o pai alienador, é preciso avaliar se realmente o ex-parceiro é um perigo para os seus filhos ou se está apenas querendo replicar nas crianças a sua dor e mágoa gerados pelo divórcio. Entenda que existem outras maneiras mais saudáveis para tratar um divórcio e garantir que a saúde mental dos filhos não seja afetada pela separação. Na dúvida, procure também a ajuda de um psicólogo comportamental.
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