Às vezes, é difícil entender o porquê de uma amiga ou familiar permanecer dentro de um relacionamento tóxico. Diante dos inúmeros abusos em relações desse tipo, é fácil se perguntar “por que a pessoa não termina e segue em frente?”.
A verdade é que essa é uma situação muito complexa, envolvendo uma série de questões que nem sempre são claras. É comum olhar o conhecido através de uma lente de compaixão, mas sem entender a fundo a dinâmica do relacionamento tóxico.
Portanto, se você suspeita que algum conhecido está em um relacionamento tóxico, segue alguns motivos que podem ajudá-la a ser mais empática e apoiá-la nesse momento difícil.
1. Medo da solidão
Atualmente, existe uma cultura na nossa sociedade de que a solidão é algo negativo. É comum ouvirmos o famoso “vai ficar para titia” ou “quem vai cuidar de você na velhice?”. Além disso, as pessoas são pressionadas a casar o mais cedo possível, como se o casamento na terceira idade fosse algo improvável.
O problema disso é que, por medo, muitas pessoas acabam embarcando em relacionamentos duvidosos, unicamente para não ficarem sozinhas. Na pressa (dos outros), a pessoa deixa de escolher melhor aqueles com quem vai se relacionar – o que é uma porta aberta para relacionamentos tóxicos. E, quando se está em uma relação abusiva, a pessoa tem receio de sair e ficar solteira para sempre.
2. Baixa autoestima
Outro fator que influencia no “ir embora” é a baixa autoestima. O indivíduo passa a questionar o seu próprio valor e acreditar que ele é o verdadeiro culpado pelo comportamento tóxico do parceiro.
Essa autodesvalorização também faz a pessoa minimizar a gravidade dos abusos do parceiro, acreditando que eles são normais. Isso acaba abrindo brechas para xingamentos, manipulações e, nos casos mais graves, até violência física.
3. Esperança
Muitas pessoas suportam o comportamento doentio dos parceiros simplesmente por que elas os amam. Elas acreditam que o relacionamento pode melhorar algum dia, mesmo que isso demore para acontecer.
Nesses casos, é comum a pessoa trazer para si a responsabilidade de “consertar” a relação, por meio da mudança de hábitos ou comportamentos. Porém, um relacionamento saudável não é construído de forma unilateral. Ela deve partir de ambos os lados.
4. Ameaças do parceiro
Outro comportamento comum é quando o parceiro abusivo faz uma espécie de “lavagem cerebral” na vítima, afirmando que ela não encontrará ninguém melhor do que ele, ou que ela ficará sozinha para sempre.
Nessas situações, é importante oferecer ajuda, mas sem pressionar a vítima a tomar qualquer atitude. A pessoa precisa aprender a priorizar seus desejos e objetivos de vida, além de pesar na balança os benefícios e malefícios de continuar em um relacionamento. Infelizmente, somente ela tem a capacidade de decidir isso.
É válido deixar claro que um relacionamento ruim, sempre será ruim. Todo mundo que esteve em um relacionamento tóxico sabe muito bem que nem sempre é fácil sair dele.
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